segunda-feira, outubro 09, 2006

Ser professor

Quem sou eu, onde vivo e trabalho. Por que me tornei professor@? Como vivencio hoje o ser professora/professor? Tenho ousadia para... Tenho medo de... Quero dialogar sobre...

A ilha desconhecida está a frente todos os dias. Como estará o dia, como estará o aluno, aquela aluna vira de bom humor, o que aconteceu em casa, no caminho, as famílias se encontraram, um brinquedo novo, não havia café pela manhã. O que será que encontrarei em meu barco todas as manhã. Todos os dias será um desconhecido, e por mais tempo que convivamos os alunos e alunas serão sempre uma surpresa. E em nosso barco haverá um rei, e também um assistente, e também um secretário e também uma senhora da limpeza que muito pouco resolverão em caso de necessidades, pois o recorrente é o capitão do barco e seus marinheiros, rumo a ilha desconhecida, navegando pelo saber, pelo desconhecido, descobrindo horizontes e pensamentos antes jamais experimentado.
Talvez seja este o fascínio ao qual me reporto toda a vez que me pergunto por que tornei-me professor. Talvez seja esta nau de incertezas que me fascina, de poder contar com pessoas em formação, que juntos acreditam que é possível fazer diferente. É claro que uma boa carta de navegação é necessária, mas os icebergs locomovem-se, as tempestades surgem e aí precisamos contar com a ousadia de prosseguir e de fazer com verdade, pois esse é ponto, a verdade com que agimos é que nos dá credibilidade junto aos marinheiros e nos da força perante aos reis e seus secretários, pois nada mais feroz do que a verdade de um ato, e nada maior do que a verdade de um marinheiro aluno ao decidir sozinho por um caminho, mesmo que diferente daquilo que se acredita ser o correto. A grandiosidade está em decidir por si mesmo e ver os resultados das manobras desse barco, mesmo que depois tenhamos que reconstruí-lo todo outra vez, ou aguardar na porta das petições.
Tenho medo todos os dias. Será que o que faço é o correto, será que o futuro não me julgará errado, será que a próxima série não condenará o pensamento de meu pequeno e de minha pequena marinheira? Será que o Vestibular não o reprovará porque tentamos ensinar a pensar e ser feliz?
Tenho que dialogar mais com minhas colegas, com os pais, com a comunidade e com os alunos e alunas, pois assim terei certeza da rota descrita na cartografia marítima da educação que vivencio e acredito.

Comments:
Oi Marcelo
Fico feliz em saber que compartilhamos muitos de nossos medos e ousadias. O importante, no entanto, é o cuidado que temos neste nosso navegar pelo desconhecido, em especial o cuidado com aqueles que conosco vão.
abraço,
Suzana Gutierrez
 
Marcelo que poético teu texto, muito profundo e importante , compartilho contigo o último parágrafo e também tenho medo,mas é um medo mais presente porque vivencio ele, vendo muitos dos ex-alunos de minha Escola presos ou mortos, como é triste e daí me pergunto, o que eu fiz??? o que a escola fez??? e a sociedade???
 
oI PROFESSOR
OI PROFESSOR, Eu Sou Odair eu queria que o senhor vieste lá em casa, eu estou com saudade de você, a minha casa fica na rua Itália número 271 no bairro São Miguel
100Abraço
do seu amigo
Odair.
 
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